segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Médicos cubanos chegam a MT para atuar em aldeias indígenas e PSFs  
   
reproduçãoDos 36 médicos cubanos que desembarcaram em Cuiabá neste domingo (1º), 22 irão atuar em aldeias indígenas, nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, por meio do programa federal 'Mais Médicos'. A maioria deles nunca pisou em uma aldeia, tão menos teve qualquer contato com índios. Esse é o caso de Gilberto Perez, que já tem 22 anos de experiência na área de atenção básica de saúde, um dos quatro profissionais contratados para trabalhar no Parque Nacional do Xingu. 
 
"Nunca fui em uma aldeia indígena, mas acredito que será uma boa experiência", disse o médico, que nesta segunda-feira (2) começou a participar de um treinamento oferecido pela Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso (SES), que terá a duração de uma semana. Antes disso, ele e os colegas passaram por outra capacitação de 15 dias, oferecida pelo Ministério da Saúde, em Brasília. "Viemos para ajudar o povo brasileiro e queremos melhorar a saúde do país. Vamos fazer a mudança no Brasil", declarou o médico, que deixou a família em Cuba para trabalhar no Brasil.
 
Porém, não é a primeira vez que ele deixa o país de origem para atuar em território estrangeiro. Gilberto e o colega, Noé Camon Perez, ficaram sete anos na Venezuela. "Daqui um ano voltaremos para Cuba e ficaremos um mês de férias", disse Noé, que tem 20 anos de carreira e irá atender no Distrito Sanitário Especial Indígena do Xingu. O programa permite que os profissionais escolham a região do país em que desejam morar e trabalhar.
 
Como vivem em um país socialista, o salário não é preocupação para os profissionais. Por várias vezes, eles se esquivaram das perguntas acerca da remuneração salarial, de R$ 10 mil, paga pelo governo federal. "O salário é bom e, com esse dinheiro, vou ajudar o meu país", afirmou Alexander Marchena Sosa.
 
Ele disse que não se preocupa, pois em Cuba possui um salário pago pelo governo que dá para custear as despesas da família. "Meu governo é encarregado de tudo que acontece com minha família. Isso não é nossa preocupação, porque temos saúde e educação para os nossos filhos", relatou.
 
Segundo Alexander, além de poder ajudar o seu país com o dinheiro recebido com o trabalho desenvolvido no Brasil, analisou outros critérios antes de decidir vir para o país. "A relação do Brasil com Cuba é muito boa, então um dos critérios foi a solidariedade e estamos interessados em ajudar o nosso governo", contou. Ele e os outros médicos passam por treinamento no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.
 
Com essa nova 'remessa', chega a 42 o número de cubanos atuando no estado por meio do 'Mais Médicos'. A previsão, de acordo com a secretária-adjunta de Gestão Estratégica da Secretaria Estadual de Saúde, Marlene Anchieta, é de que até abril do ano que vem mais de 200 médicos já estejam trabalhando. Os primeiros chegaram em outubro deste ano. Ela explicou que, no caso de Cuba, a negociação e pagamento de salário é feita toda com o governo cubano, que repassa o dinheiro para as famílias dos profissionais. 
 
O Distrito Indígena que vai receber maior número de profissionais é de Cuiabá. Serão seis médicos para essa unidade. Para os outros quatro distritos, do serão destinados quatro.
Os outros 13 médicos vão atuar nos postos do Programa de Saúde da Família (PSF) dos municípios de Cáceres, Campinápolis, Chapada dos Guimarães, Colniza, Comodoro, Cotriguaçú, Nova Nazaré, Porto Esperidião e Vila Bela da Santíssima Trindade.
 
G1 MT


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